Ceratocone (do Grego: kerato- córnea; e konos cone), é uma doença não-inflamatória degenerativa do olho na qual as mudanças estruturais na córnea a tornam mais fina e a modificam para um formato mais cônico (ectasia) que a sua curva gradual normal.
O ceratocone pode causar distorção substancial da visão, com múltiplas imagens, raios e sensibilidade à luz sendo frequentemente relatados pelos pacientes. Essa doença afeta uma pessoa a cada mil, parecendo ocorrer em populações em todo o mundo, embora alguns grupos étnicos apresentam uma prevalência maior que outros. Geralmente é diagnosticado em pacientes adolescentes e apresenta seu estado mais grave na segunda e terceira década de vida.
Esta distrofia pode se apresentar em vários estágios podendo ou não progredir. Além do fator genético, o maior determinante para seu progresso é o costume de coçar os olhos, devendo por este motivo evitar esta atitude. Muitos pacientes sao também alérgicos e devem tratar de forma geral e também com colírios se estivem indicados para diminuírem o estímulo da coceira.
Estágios iniciais podem ser imperceptíveis e nunca progredirem, um pouco mais avançado são corrigidos com óculos ou lentes de contato habituais.
Grande parte dos pacientes acometidos deste problema e que não conseguem melhora da visão com óculos, tem bom resultados com adaptações especiais de lentes de contato.
Em casos de comprovada progressão (piora da doença) apesar dos cuidados, outros recursos serão necessários. Atualmente a aplicação de ultravioleta num processo de nome cross-link tem mostrado bons resultados na estabilização do progresso da doença.
Em casos avançados, temos os recursos de anel intraestromal (reforço na estrutura da córnea), e por último, cerca de 5 a 10% dos casos são indicados para transplante de córnea, quando as opções anteriores não forem suficientes.
Por Dr. Luiz Formentin
Médico oftalmologista em Santos, Dr. Luiz Formentin, especialista em lentes de contato, ceratocone, degenerações corneanas, pós-trauma ocular, pós-transplante de córnea.